Pancreatite em cães e gatos – Diagnóstico Laboratorial
A Pancreatite é uma doença de etiologia multifatorial caracterizada por reações inflamatórias pancreáticas, com perda do parênquima pancreático e substituição do tecido funcional por tecido fibrótico.
Normalmente, o pâncreas secreta enzimas inativas para o intestino delgado, onde serão ativadas durante o processo da digestão. A pancreatite se desenvolve quando as enzima inativas tornam-se ativas no próprio pâncreas. Resultado: o pâncreas começa a lesar o próprio órgão.
Não há predileção por idade ou sexo. A forma aguda é a mais freqüente em cães, sendo Yorkshire e Schnauzer miniatura as raças mais predisponentes devido ao metabolismo de carboidratos deficiente.
Principais causas de pancreatite em cães e gatos
- Obstrutiva (neoplasias, verminoses – Ascaris);
- Fármacos e toxinas (corticóides, azatiotropina, tetraciclina, furosemida, sulfas, inseticidas, veneno escorpiônico, organofosforados);
- Traumática (trauma direto, iatrogênico – manipulação / cirurgia de estruturas adjacentes);
- Infecciosa (Leptospirose, ascaridíase);
- Vasculares (isquemias e vasculite);
- Metabólica (dietas hipercalóricas);
- Idiopática (a mais comum).
Particularmente em felinos, devido ao desenvolvimento embriológico diferenciado do pâncreas e sua contiguidade com o ducto biliar, há a predisposição dessa espécie a enfermidades associadas a demais sítios anátomo-fisiológicos, o que caracteriza a tríade felina (acometimento pancreático, hepato-biliar e intestinal).
Sintomas pancreatite em cães e gatos
São extremamente variáveis em função do momento e grau de comprometimento, além de serem inespecíficos:
- Vômito;
- Anorexia;
- Prostração;
- Dores abdominais (abdômen agudo);
- Hipertermia;
- Diarréia;
- Poliúria;
- Choque.
Diagnóstico
O diagnóstico laboratorial envolve a mensuração dos níveis séricos de enzimas organo-específicas, sendo a doença caracterizada pelo aumento nos níveis de Lipase e Amilase. Porém, apesar de bastante sensível, a metodologia tradicional possui especificidade variável, podendo sofrer alterações apenas quando o quadro já está avançado. Devido a este fato e à ausência de sinais clínicos específicos é que se desenvolveu um ensaio qualitativo baseado em ELISA para a mensuração da Lipase específica de pâncreas de caninos e felinos, denominado LIPASE IMUNO-REATIVA. Tal método permite que clínicos veterinários tenham um diagnóstico imediato (em apenas 12-24 horas do início da doença) e muito específico, fornecendo uma informação precisa e rápida para que as medidas terapêuticas possam ser instituídas em tempo hábil.